Hôtel Americano é um refúgio da alma latina em Nova York



Entre dois ícones de Nova York, o Parque High Line e o rio Hudson, encontra-se o Chelsea, um dos bairros mais vibrantes e criativos da cidade. Desde a década de 1990, o local se consolidou como um polo de arte e design, reunindo galerias renomadas, arquitetura industrial e edifícios contemporâneos. Nesse cenário urbano repleto de energia visual, o Hôtel Americano surge como um contraponto: um refúgio minimalista e cosmopolita, onde o silêncio e o conforto equilibram o ritmo intenso da metrópole.



O hotel reflete uma proposta moderna e multicultural. Sua atmosfera leve combina influências latino-americanas, francesas e japonesas, resultando em um conceito internacional de hospitalidade. A simplicidade elegante dos ambientes — com camas em estruturas de madeira, fibras naturais e mobiliário funcional — traduz o desejo de criar um espaço de descanso e contemplação em meio ao caos urbano.



A concepção do Americano nasceu do desejo de representar uma América Latina contemporânea, livre de estereótipos e excessos de cor. O objetivo era expressar o espírito latino sob uma ótica moderna e acolhedora. Para isso, o projeto uniu a arquitetura latina ao savoir-faire francês, em um equilíbrio harmonioso de formas e texturas. O designer francês responsável pelo interior trabalhou com Kengo Kuma, em Tóquio, o que trouxe ao hotel uma influência discreta da estética japonesa — visível na valorização do espaço, da luz e dos materiais naturais.



Os quartos, embora compactos, foram projetados para transmitir sensações de calma e bem-estar. Em uma cidade tão intensa quanto Nova York, o ambiente do Americano funciona como um oásis urbano, um espaço de reconexão e tranquilidade. Localizado próximo ao High Line, o hotel desfruta de uma vizinhança que soube se reinventar, preservando o charme histórico do bairro e, ao mesmo tempo, abraçando a modernidade.



A proposta do Americano vai além da hospedagem. O hotel é também um ponto de encontro descontraído, ideal tanto para reuniões de negócios quanto para encontros informais. Sua gastronomia segue o mesmo conceito de fusão cultural: técnicas francesas se misturam a ingredientes latinos, resultando em pratos criativos e cheios de sabor. O destaque do cardápio é o Latino Bento, uma releitura dos tradicionais bentôs japoneses, que traz tacos de carne, guacamole, salsa verde e feijão refrito servidos juntos em um único prato.



O pátio ao ar livre é um dos espaços mais agradáveis do hotel, especialmente nos dias de verão. É o local ideal para relaxar, tomar um drinque ou participar de pequenas festas organizadas pelos hóspedes. Aos domingos, o hotel oferece um brunch musical, onde ritmos cubanos se misturam ao jazz nova-iorquino, criando uma trilha sonora que traduz perfeitamente o espírito do lugar.



A ligação do Americano com o mundo artístico é evidente. Localizado em uma área repleta de galerias, o hotel optou por não exibir obras de arte em seu interior, uma decisão intencional, já que a arte está por toda parte ao redor. Em vez disso, aposta em um design autoral: toalhas, roupões e relógios são assinados por nomes consagrados, como o italiano Joe Colombo, reforçando a atenção aos detalhes e à estética do espaço.



A sustentabilidade e o estilo de vida urbano também fazem parte da experiência. O hotel oferece bicicletas gratuitas aos hóspedes e incentiva seu uso como meio de transporte pela cidade. Localizado a poucos minutos do rio Hudson, o Americano convida os visitantes a explorar Nova York de forma diferente, pedalando. Essa filosofia traduz o desejo de promover uma cidade mais humana e com menos carros.



No terraço, os hóspedes encontram uma piscina e um bar, perfeitos para aproveitar o sol com uma caipirinha feita com frutas frescas. A música ambiente, cuidadosamente selecionada pela cantora Bebel Gilberto, traz um toque brasileiro à experiência. A curadoria de sons, repleta de bossa nova e ritmos tropicais, reforça a sensação de acolhimento e cria uma conexão afetiva com o público latino-americano.



Projetado pelo arquiteto mexicano Enrique Norten, com interiores assinados pelo designer francês Arnaud Montigny, o Hôtel Americano sintetiza o espírito cosmopolita de Nova York. Sua estética minimalista, o olhar artístico e a hospitalidade multicultural fazem dele muito mais que um local de hospedagem: é um símbolo de convivência entre culturas, um espaço que celebra o encontro entre o design contemporâneo e a alma calorosa da América Latina.